Avançar para o conteúdo principal

Acúmulo de gordura no fígado pode aumentar em 30% o risco de diabetes

 Doença é silenciosa e o emagrecimento é o tratamento mais eficaz


Freepik



Praticar atividade física, fazer dieta, ter uma alimentação saudável ainda são praticas incomuns na vida da maioria dos brasileiros. Mas ter uma vida sedentária, consumir alimentos gordurosos traz diversos riscos para a saúde, além de contribuir para aparição de algumas doenças que muitas vezes são silenciosas e só são detectadas em estágios mais avançados. Um exemplo é a esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado.

Além de ser uma doença grave que pode evoluir para quadro mais grave, causando uma inflamação crônica e danos no tecido hepático, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), concluiu que adultos brasileiros que possuem a enfermidade, têm 30% mais risco de desenvolverem diabetes tipo 2.

Usando como base o estudo chamado ELSA-Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto), a pesquisa acompanhou 8.166 adultos (servidores públicos ou aposentados), com idades entre 35 e 74 anos, de seis capitais do Brasil. Os voluntários foram avaliados por cerca de 3,8 anos. Foram excluídos os participantes com diabetes no início do estudo, além daqueles que relataram consumo excessivo de álcool com hepatite ou cirrose. Estima-se que a esteatose atinja ao menos 25% da população adulta – na amostra avaliada a doença estava presente em 35,5% dos voluntários.

Para detectar a doença, os especialistas usaram a ultrassonografia abdominal. Mas o diagnóstico também pode ser feito por outros exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, além de biópsia do fígado. Durante o acompanhamento, a incidência de diabetes foi de 5,25% em todo o grupo de participantes, sendo de 7,83% entre as pessoas com esteatose hepática e de 3,88% naqueles sem a esteatose. Isso significa um risco aumentado de 30% de desenvolver diabetes.

O hepatologista da Clínica de Gastrohepatologia do Hospital Felício Rocho, Antônio Márcio de Faria, explica que o ultrassom é o exame que vai mostrar a presença da gordura do fígado. Mas, ao constatar o problema, análises complementares devem ser realizadas. “O ultrassom vai acender o alerta, mas a partir dele precisamos fazer uma investigação mais profunda para determinar o melhor tratamento”, explica.

A esteatose hepática é uma doença silenciosa e por isso muito perigosa. Segundo o coordenador na maioria dos casos, o fígado não costuma apresentar sintomas quando a doença está em seu estágio inicial. “Não existem sinais específicos. Os sintomas só aparecerão quando a doença estiver em um estágio mais avançado, ou seja, em uma fase mais tardia. O recomendado é que consigamos detecta-la antes”, ressalta.

E, como toda a doença, assim que detectada, ela precisa ser tratada imediatamente. “Essa inflamação precisa ser tratada o mais rápido possível, assim evitamos a evolução para um quadro mais grave. Para isso é muito importante praticar atividade física para diminuir a gordura visceral e fazer uma dieta com acompanhamento de um profissional”, destaca.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Médica mineira é palestrante confirmada em Congresso em Bogotá, na Colômbia

Créditos: Divulgação/Consolação Oliveira Rejuvenescimento e longevidade por meio da modulação dos neurotransmissores. É para falar sobre esse assunto que a médica mineira Consolação Oliveira desembarca em Bogotá, na Colômbia, para participar do IV Congresso Intercontinental de Medicina Antienvelhecimento e Estética Médica. Entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, o evento reunirá médicos de todo o mundo especializados no envelhecimento saudável. Especialista em nutrologia, fisiologia hormonal e medicina ortomolecular, Consolação Oliveira falará sobre a importância e o impacto de modular os neurotransmissores para aumentar a longevidade e os tratamentos para garantir uma vida mais longa e saudável. “A expectativa de vida no mundo cresce a cada dia e hoje já temos a possibilidade de chegarmos aos 100 anos conscientes, orientados no tempo e no espaço e caminhando com nossos próprios pés sem precisar de ‘um terceiro’ (como a bengala)”, garante a médica. A palestra acontece na manhã do d...

Determinante para resultado, pré-operatório deve ser seguido à risca antes de cirurgia estética

Crédito - Freepik Quem está na iminência de passar por um procedimento estético deve manter a atenção a todas as recomendações médicas que precedem à cirurgia. Pode não parecer, mas o chamado pré-operatório tem papel crucial não apenas para a segurança do procedimento como também para otimizar os resultados. Por isso, o alerta dos cirurgiões plásticos é uníssono: todo paciente precisa obedecer a todas as orientações antes de ir para a mesa de cirurgia. Na prática, isto significa passar por uma avaliação médica completa, inclusive na entrega dos exames solicitados, como de sangue, eletrocardiograma ou algum outro que seja necessário, como radiografia, por exemplo. “Esses exames são praxe antes de muitas cirurgias plásticas porque nos dão informações muito importantes a respeito do paciente. E quanto mais informações o médico tiver na hora do procedimento, mais seguro ele passa a ser”, explica o cirurgião-plástico Felipe Villaça. Além dos exames, o cirurgião pode solicitar que o paciente...

Brasil é segundo lugar do mundo em procedimentos estéticos

Mercado brasileiro está atrás apenas dos EUA, mas quantidade de profissionais e estabelecimentos credenciados exige mais critérios por parte do paciente Crédito - Divulgação/Hospital São Rafael No ranking da busca pela beleza, o Brasil só perde para os Estados Unidos. Por aqui, foram mais de 2,9 milhões de procedimentos realizados em 2022, segundo a Pesquisa Global sobre Procedimentos Estéticos/Éticos, da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês). O país norte-americano, líder do levantamento, foi palco de 7,4 milhões de todas as cirurgias, o equivalente a 22% do total. Por aqui, a procura corresponde a 8,9% dos 33 milhões de procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos com foco em mudanças estéticas. Outro dado que chama a atenção é que, no cenário global, a imensa maioria do público interessado nesses procedimentos é composto por mulheres, que correspondem a 85,7% dos pacientes. Para Felipe Villaça, médico especialista em cirurgia plástica e Diret...