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A informação é do próprio Ministério da Saúde: o período de maior ocorrência dos casos de dengue é entre os meses de novembro e maio, quando está aberta a temporada de chuvas na maior parte do Brasil. Em tese, isso significaria que a preocupação com a proliferação do Aedes aegypti, transmissor da dengue e da chikungunya, pode diminuir a partir das próximas semanas. Mas a realidade não é bem essa.
Tanto o inseto quanto os ovos são depositados também neste período, e eles conseguem sobreviver por até um ano em ambientes de temperaturas mais frias. Com a retomada das chuvas, esses ovos se transformam em novos mosquitos, que ajudam a elevar os casos de doenças no verão.
“O ciclo de vida do mosquito acende o alerta para que o combate se inicie agora, enquanto os ovos estão sendo depositados pela fêmea e aguardando a retomada das chuvas para chocar. Por isso, não é o momento de a população se descuidar”, explica Dr. Leandro Curi, médico infectologista do Hospital Felício Rocho.
“Se conseguirmos criar uma força-tarefa com toda a população para eliminar esses ovos que serão depositados a partir de agora, teremos a chance de coibir os casos a partir do fim do ano”, ressalta. Isso passa por cuidados que muitas pessoas já conhecem: evitar o acúmulo de água em recipientes como pneus velhos, caixas d’água, vasos de plantas, garrafas e baldes.
Muito além do coletivo, há também medicamentos que combatem a doença, mas o ideal mesmo é prevenir a disseminação do Aedes Aegypti. “Hoje existe uma vacina que parece ter boa eficácia contra dengue, mas ainda não está distribuída para o grande público. Esse imunizante pode cessar o grande nível de acometimento da dengue, mas até que esteja disponível, dizimar os focos do mosquito é a medida mais segura e adequada”, orienta Dr. Leandro.
A orientação, segundo o infectologista, é de sempre mantê-los limpos e secos, e, sempre que possível, tampados com o máximo de vedação possível. “O uso de repelentes para mosquitos e de roupas mais longas também ajudam a evitar a contaminação. Mas nosso alerta vem antes disso. Gostaríamos que a prevenção ao mosquito fosse a ponto de não precisar tomar esses cuidados. Se toda a sociedade abraçar a causa, é possível sonhar com isso”, afirma o médico do Felício Rocho.
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